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Inhambane: Turismo prejudicado com suspensão de voos da LAM

18 de outubro de 2017

Várias reservas de alojamento foram canceladas, quer em Inhambane, quer em Vilankulo, prejudicando os operadores turísticos, que não sabem como enfrentar as despesas.Os hotéis, os restaurantes e as praias estão desertos.

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Mosambik einsame Strände, Vilankulo
Foto: L. da Conceição

Os aviões das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) deixaram de operar nas províncias de Tete, Manica e Inhambane, desde a semana passada. A empresa não deverá voltar a operar nestas regiões, que só deverão voltar a ter serviço de transporte aéreo quando entrar ao serviço uma nova companhia.  A falta de ligações aéreas para a cidade de Inhambane e a vila turística de Vilankulo está a deixar o turismo à beira de colapso. Várias reservas de alojamento foram canceladas, prejudicando os operadores turísticos, que não sabem como enfrentar as despesas.

A DW África visitou várias estâncias turísticas neste território e constatou um ambiente desértico: camas, restaurantes e praias vazios. Há cancelamentos de reservas todos os dias.

Mosambik Leere Restaurants, Vilankulo
Vários restaurantes encontram-se vazios à hora das refeições em VilankuloFoto: L. da Conceição

Anselmo Alexandre, um dos gestores do hotel Vilankulo Beach Lodge, conta que várias reservas foram canceladas devido à interrupção dos voos da companhia de bandeira. Alguns turistas tiveram que alugar viaturas para viajar para a capital Maputo, de modo a apanhar avião para Joanesburgo e assim regressarem a casa. "Alguns clientes acabaram por não vir por causa desse problema com a LAM e alguns ficaram retidos cá e acabaram por ter que alugar carros para poder deslocar-se para os seus destinos”, conta.

Jill Poll, gestora do hotel Casa Rex, também em Vilankulo, lembra, no entanto, que o transporte aéreo na região já não é um problema de agora e está a agravar-se. De acordo com esta empresária,  sempre existiram pessoas com problemas em apanhar voos. Mas desta vez, acrescenta, "foi pior, porque há quase uma semana que a LAM não chega nem sai de Vilankulo. E tivemos pessoas que queriam sair”.

Mosambik Jill Poll, Casa Rex, Vilankulo
Jill Poll, gestora do hotel Casa Rex, em VilankuloFoto: L. da Conceição

Imagem do destino prejudicada

Yassin Amugy, empresário do setor do turismo há mais de 20 anos, acrescenta que a falta de transporte para os turistas está a prejudicar a imagem do país. "A mancha que deixamos nas férias deles (turistas) é muito negativa e não irá trazê-los de novo ao nosso país. Irão espalhar essa mensagem de que não temos condições de fazer turismo. É por isso que estamos a ver Vilankulo cada vez mais desértica, "resorts" a encerrarem, investidores a decidirem fechar os seus hotéis e "lodges" e a irem embora”, acrescenta.Devido aos custos dos bilhetes aéreos, Isabel Pereira, turista portuguesa que anualmente vem a Vilankulo passar férias, prefere a via terrestre, apesar dos atrasos na viagem. Segundo esta turista habitual, é "muito caro viajar para Vilankulo”. Mesmo voando desde África do Sul não é barato. É mais económico vir de carro do que apanhar voo”.

LAM/-Turismo / Moçambique - MP3-Mono

Na província de Inhambane, sul de Moçambique, o setor do turismo contribui com quase sessenta por cento nas receitas. E Vilankulo é a zona de turismo por excelência. Na opinião de Yassin Amugy, para potenciar o setor são necessárias boas estratégias e reduzir os custos do transporte aéreo. "Declarar por si só que é uma zona especial (do turismo) não fará Vilankulo uma zona especial. Declarar que o turismo é um setor prioritário não fará algo do outro mundo, é preciso saber quais são as necessidades que os operadores turísticos têm”, afirma. E diz mais: "Estamos a ficar retardados a nível do turismo. Vir a Vilankulo é mais caro do que ir às Maurícias, Dubai e Bahamas. Precisamos ver como baixar estes custos”.

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