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"Medidas urgentes" contra o trabalho infantil em Moçambique

Cláudia Pereira
9 de agosto de 2017

Organização Save The Children diz que é preciso "atacar as causas" para acabar com o trabalho infantil em Moçambique. Segundo o Ministério do Trabalho, há mais de um milhão de crianças a trabalhar e em más condições.

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Foto: DW/Johannes Beck

O trabalho infantil envolve o transporte de mercadorias, mineração, agricultura, comércio ambulante e até prostituição, revela o Relatório do Inquérito Integrado à Força de Trabalho (IFTRAB), divulgado este mês. Trabalhos que expõem as crianças a situações de risco, como acidentes.

"Há necessidade de tomar medidas urgentes para colmatar esta problemática do trabalho infantil", defende Hector Motatano, membro da organização não-governamental (ONG) Save the Children Moçambique. O responsável considera o número de crianças sujeitas a estes trabalhos forçados "bastante elevado" e que pode ter consequências no desenvolvimento físico e mental do indivíduo.

"Atacar as causas"

Segundo o documento, a pobreza é a principal causa do trabalho infantil em Moçambique. Sem condições básicas de sobrevivência, o trabalho infantil é um complemento aos magros rendimentos das famílias.

"Medidas urgentes" contra trabalho infantil em Moçambique

Hector Motatano, da organização de defesa dos direitos das crianças em Moçambique, explica que são "crianças que, de forma voluntária, estão a trabalhar para ajudar à renda familiar, portanto a renda dessa atividade elas próprias usam para o seu autossustento e o sustento da família".

"Para combater o trabalho infantil, temos de atacar as causas", defende Hector Motatano, acrescentando que para reduzir situações de pobreza são necessárias "ações que possam assegurar a sustentabilidade económica dessas famílias".

Combater e prevenir

O coordenador dos projetos de tráfico sugere ações de formação para crianças, de acordo com a faixa etária, sobre gestão de negócios e formações que as informem das formas disponíveis para poderem contribuir para os rendimentos familiares. Ferramentas para "ajudar que essas crianças tenham autossustentabilidade", diz Hector Motatano.

Já a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social de Moçambique, Vitória Diogo, afirmou que uma das formas de o país combater ou reduzir o trabalho infantil é aumentar a renda familiar, através da criação de mais postos de trabalho, disse numa reunião de análise do relatório, a que a agência Lusa teve acesso.

Medidas do Governo

Já em 2012, uma notícia da DW África dava conta de um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estimando em "mais de um milhão" o número de crianças com idade entre os sete e 17 anos a trabalhar em Moçambique.

Os números não diminuíram, mas Hector Motatano considera que "a legislação vai ao encontro daquelas que são as principais problemáticas deste fenómeno".

"Neste momento, o Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) está a trabalhar na listagem das piores formas de trabalho infantil", adianta o membro da ONG Save the Children, acrescentando que esse plano de ação do Governo visa combater o trabalho infantil". Uma medida considerada por Hector Motatano como "muito boa e que mostra o cometimento do Governo em relação a esta causa".

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